segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Bancos e Governo Federal divergem sobre tarifas

Bancos endureceram o discurso sobre as tarifas bancárias. O presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Fábio Barbosa, disse na última semana que é preciso ter cautela com o tema porque algumas alterações poderiam interromper a expansão da oferta de crédito e reduzir o acesso aos serviços bancários.
As negociações com o governo tratam de três temas principais: padronização, limitação e extinção de algumas tarifas. Entre os itens que o governo quer extinguir estão a Taxa de Abertura de Crédito (TAC) e a Tarifa de Liquidação antecipada de Crédito, adotada quando um cliente pretende quitar antecipadamente um empréstimo.
- Tem havido um bom diálogo no sentido de evitar que a gente acabe entrando por um caminho que prejudique essa situação de expansão do crédito e do uso dos bancos - disse Barbosa, após reunião com o Ministro da Fazenda, Guido Mantega e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Para Mantega, não há razão para o discurso de críticas dos bancos. A mudança de tom tenta impedir a proibição de tarifas para custear os chamados "canais extras" de acesso aos serviços, como agentes de crédito, correspondentes bancários e até os caixas eletrônicos.
A Febraban afirma que se as taxas como a TAC forem extintas, não haveria forma de custear esses canais.
O argumento é que tais agentes são os principais responsáveis por levar empréstimos e outros serviços para o varejo, bairros periféricos e pequenas cidades. Portanto uma mudança de regras ameaçaria a expansão do crédito e o aumento do uso dos bancos que tem ocorrido principalmente nesses locais, segundo a entidade. A resposta dos bancos parece ser uma reação ao comportamento mais firme do governo, que quer aprovar ainda neste mês alterações nas regras das tarifas bancárias.

Fonte: Zero Hora

Já era hora de o governo regulamentar as tarifas bancárias. Regulamentação, não significa tabelamento e definição de preços (sim aquele da época do Sarney), mas sim a definição de regras claras para a cobrança de tarifas, assim como a determinação de quais tarifas deverão ser cobradas.
Isso é uma forma de proteger o consumidor, pois hoje todos nós utilizamos os serviços bancários e quando tiramos um extrato nos deparamos com algumas "surpresinhas": vários débitos de tarifas "obscuras" que nos são cobrados. Ao examinar o contrato de abertura de conta/prestação de serviço (quando o mesmo nos é entregue) não conseguimos perceber quais tarifas nos serão realmente cobradas, somando-se a isto tem-se a grande diversidade de tarifas que são diferentes de um banco para o outro, tornando muito difícil para o consumidor comparar qual tipo de conta e qual banco será mais vantajoso para ele.
O tabelamento e fixação de preços, não deve ser implantado, pois poderá diminuir a concorrência entre os bancos e limitar as escolhas dos consumidores.
Creio que a regulamentação deve vir o quanto antes, somente assim poderemos ter uma certa transparência sobre as tarifas de cada banco.

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